sábado, 2 de dezembro de 2017

o beijo

O Beijo de Alexandre O’Neill ( 1924-1986). Transcrevo-o com o imperscrutável olhar da gaivota que tudo desencadeou.
Gaivota 600px
O Beijo

Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (Não é meu…)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.

E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar…

Publicado pela primeira vez em No Reino da Dinamarca (1958) e transcrito de Poesias Completas 1951/1986,

4 comentários:

  1. Maravilhosa partilha querida amiga ,desejo-lhe num domingo muito feliz ,beijinhos no coração felicidades

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  2. OBRIGADA AMIGO EMANUEL
    U B.F.SEMANA E U ABRAÇO

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  3. Muito bonito. Parabéns.

    Bjos
    Bom Domingo.

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  4. Passando para desejar uma excelente noite e um radiante amanhecer!
    Abraço!

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