sexta-feira, 20 de outubro de 2017

CONTA E TEMPO...


SONETO (Sec. XVII) de Frei António das Chagas !
No século XVII, época do Barroco, os artistas eram dados a estes jogos. Às vezes até se ficavam pelos trocadilhos, não curando dos assuntos. Mas este tem assunto bem recheado de saber.


CONTA E TEMPO
Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
 

3 comentários:

  1. Um tempo que teima em passar incessantemente querida amiga ,maravilhosa partilha ,desejo-lhe um fim de semana muito abençoado ,beijinhos muitas felicidades

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  2. BOA NOITE MEU AMIGO.
    É ISSO MESMO.
    NÃO NOS ADIANTA PEDALAR PQ O TEMPO,PERGUTA AO TEMPO:
    TEMPO,AUANTO TEMPO TENS DE TEMPO....ETC ETC.
    BOM F DE SEMANA E BEIJO AMIGO.

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  3. O tempo passa tão veloz por todos nós, que devemos aproveitar cada momento ao máximo.
    Linda escolha, um belo soneto.
    Bom domingo
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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